Nos últimos anos, houve uma crescente participação das mulheres no mercado de trabalho em todo o mundo. Esse avanço é resultado de conquistas sociais, lutas por igualdade de gênero e mudanças nas dinâmicas familiares.
As mulheres têm demonstrado habilidades e competências em diversas áreas profissionais, contribuindo significativamente para o desenvolvimento econômico e social.
No entanto, apesar dos progressos alcançados, as mulheres ainda enfrentam desafios persistentes em suas rotinas no mercado de trabalho.
Um dos principais desafios é a desigualdade salarial, com as mulheres recebendo, em média, salários menores em comparação com seus colegas masculinos que realizam a mesma função.
Além disso, as mulheres frequentemente enfrentam obstáculos na progressão da carreira, com menos oportunidades de promoção para cargos de liderança.
Outro desafio enfrentado pelas mulheres no mercado de trabalho é a discriminação de gênero no ambiente laboral. Ainda existem estereótipos e preconceitos que podem afetar a percepção de suas habilidades e competências, levando a tratamentos injustos e limitações de oportunidades.
Essa discriminação também se manifesta em formas mais sutis, como a falta de representatividade feminina em posições de poder e a prevalência de práticas de trabalho que não consideram as necessidades específicas das mulheres.
Neste artigo, vamos abordar um pouco melhor sobre esse assunto e conversar sobre os principais desafios de mulheres no mercado de trabalho. Boa leitura!
Mulheres no mercado de trabalho: história
No início do século XX, as mulheres enfrentavam uma série de barreiras legais e sociais que limitavam suas oportunidades de emprego. Muitas eram restritas a trabalhos domésticos ou a ocupações consideradas ?adequadas? para o gênero, como costureiras ou professoras.
No entanto, durante as duas guerras mundiais, as mulheres tiveram a oportunidade de ingressar em setores industriais e assumir empregos anteriormente ocupados pelos homens mobilizados para o serviço militar.
Esse período foi um ponto de virada importante, ao permitir que mulheres demonstrassem suas habilidades e competências em uma variedade de profissões, rompendo estereótipos de gênero.
A partir da década de 1960, o movimento feminista ganhou força, reivindicando igualdade de direitos e oportunidades. Isso teve um impacto significativo no mercado de trabalho, com legislações sendo promulgadas em muitos países para promover a igualdade salarial e combater a discriminação de gênero.
A partir da Constituição de 1988, foram promulgadas leis que garantem a igualdade de direitos e oportunidades entre homens e mulheres.
Desafios encontrados
Apesar de as mulheres no mercado de trabalho terem se tornado uma realidade há algumas décadas, ainda existem muitos desafios a serem superados.
Um dos grandes problemas é o fato de receberem, em média, 77,7% do rendimento dos homens, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), realizada em 2019.
Em 2023, o governo federal aprovou um decreto que prevê multa de dez vezes o maior salário pago pela empresa em caso de descumprimento da igualdade salarial entre um funcionário do sexo masculino e uma do sexo feminino.
No entanto, existe ainda um longo caminho a ser trilhado, uma vez que mulheres, no mercado de trabalho, enfrentam desafios antes mesmo de conseguirem uma colocação profissional.
São muitas as empresas que, infelizmente, discriminam candidatas a postos de trabalho por receio de que elas engravidem ? como se sabe, a licença-maternidade remunerada é garantida pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Também não é incomum que muitos empregadores optem por não contratar funcionárias que tenham filhos pequenos, com um entendimento preconceituoso de que pode haver um comprometimento no rendimento daquela mulher em razão de sua jornada dupla.
A discriminação e o assédio ? seja moral ou sexual ? também são tristes realidades presentes no universo das mulheres no mercado de trabalho. Não são raros relatos de profissionais que contam sofrer com intimidações, ameaças ou até importunação sexual por parte de supervisores ou colegas.
Jornada dupla
A chamada jornada dupla é um grande desafio para mulheres no mercado de trabalho. Em razão da construção social do papel da mulher, infelizmente ainda é comum que muitas sofram com a necessidade de dedicar cuidado com as atividades domésticas e com os filhos sem o apoio de seus parceiros.
A conciliação dessa vida particular com a profissional acaba provocando sobrecarregamento físico, mental e emocional em muitas mulheres. Dados também indicam que a maioria dos domicílios no Brasil é liderada por mulheres.
Dos 75 milhões de lares, 50,8% apresentam liderança feminina, o correspondente a 38,1 milhões de clãs familiares. O abandono paterno é uma das principais justificativas para essa realidade.
Maternidade
Conforme já mencionado, os desafios para mulheres com filhos pequenos são ainda maiores ? não só na recolocação profissional, como também no cuidado com as próprias crianças. São inúmeras as queixas de munícipes acerca da ausência de vagas suficientes em creches e escolas públicas em todo o Brasil.
Com a ausência de uma política pública educacional efetiva e que pense no bem-estar das famílias, muitas mulheres acabam sendo obrigadas a abdicar da própria trajetória profissional por não conseguirem a matrícula do filho em um ambiente seguro durante o dia ? como um espaço educacional.
Como combater a discriminação de gênero na sua empresa
Empresas socialmente responsáveis têm o dever de assumir compromissos com o combate à violência de gênero e à discriminação, seja ela qual for.
Garantir que as mulheres no mercado de trabalho tenham oportunidades justas e igualitárias passa por promover políticas organizacionais focadas na diversidade. Abaixo, algumas medidas que podem ser adotadas para mudar essa realidade.
Recrutamento e seleção justos
Garantir diversidade na sua empresa começa pelo momento em que se escolhe o corpo de profissionais que atuará na instituição.
É importante diversificar os painéis de entrevistas, incluindo membros de diferentes gêneros, e oferecer treinamento aos recrutadores para que estejam conscientes dos vieses inconscientes e possam avaliar os candidatos com base em suas habilidades, experiências e méritos.
Também é válido implementar programas de estágio e mentoria específicos para mulheres, proporcionando oportunidades de desenvolvimento e crescimento profissional equitativas.
Proíba práticas discriminatórias e de assédio
Para combater a discriminação de gênero e o assédio na empresa, é fundamental estabelecer uma cultura de tolerância zero.
Isso significa que todas as formas de discriminação, assédio verbal ou físico devem ser coibidas e tratadas com seriedade. Crie canais de denúncia confidenciais e acessíveis, garantindo que as vítimas se sintam seguras para relatar incidentes.
Realize investigações imparciais e tome medidas disciplinares apropriadas contra os agressores. Promova a conscientização sobre o tema por meio de treinamentos regulares para todos os funcionários, destacando os comportamentos inaceitáveis, os impactos negativos e a importância de um ambiente de trabalho respeitoso e inclusivo.
Busque fortalecer lideranças femininas
Uma forma eficaz de combater a discriminação de gênero na empresa é fortalecendo as lideranças femininas. É importante identificar funcionárias talentosas e capacitadas dentro da organização e oferecer oportunidades de crescimento e desenvolvimento de carreira.
Isso pode incluir programas de mentoria específicos para mulheres, treinamentos de liderança e a promoção de um ambiente de trabalho que valorize e reconheça as contribuições das mulheres.
Além disso, é fundamental garantir a igualdade de acesso a projetos desafiadores, projetos de alto impacto e cargos de liderança, eliminando possíveis obstáculos ou preconceitos que possam limitar o avanço das mulheres no mercado de trabalho.
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